A construção do novo edifício-biblioteca permite repensar a praça existente no que respeita à sua forma e funções. A ideia para a ocupação do espaço surgiu da interpretação da praça como uma grande mesa repleta de objectos enquanto metáfora para justificar a aparente desordem do local. E com essa desordem natural das coisas, procurou-se a definição do que era essencial naquele espaço. O edifício da biblioteca surge como uma sobreposição de dois volumes paralelepipédicos que sofrem uma rotação de 45º entre si, fazendo lembrar dois livros empilhados numa mesa de trabalho. A horizontalidade dos dois volumes sobrepostos ajuda a preencher o espaço da praça de forma a contrariar a verticalidade do auditório. A ideia não é competir com as pré-existencias mas sim procurar intervir sem acentuar ainda mais as diferenças que existem entre os diferentes edifícios. Daí que o conceito dos edifícios tenha como ponto de partida as formas simples e elementares: dois volumes com diferentes texturas e materialidades que tal como dois livros, se assumem como objectos independentes, sem se interceptarem volumetricamente. Apenas se sobrepõem.
GTPFVA Arquitectos. Published on June 17, 2013.
A proposta dos espaços exteriores, muito espartana e contida, mantém o uso primário de espaço de acolhimento de eventos preparado para um elevado número de pessoas, mas adiciona um novo layer ao seu quotidiano – a de estadia e convívio, funcionando como uma extensão da própria biblioteca. Partindo dos elementos actualmente presentes na praça, nomeadamente os agrupamentos de árvores de grande porte, o novo plano dirige-se para a implantação de ‘clusters’ arbóreos que pontuam a nova praça, criando condições de conforto microclimático adequados, complementados por bancos que seguem o traço curvo hoje existente. Com a nova distribuição arbórea, assegura-se o sombreamento (actualmente deficitário) durante o dia e de noite permite-se iluminar a praça a partir das caldeiras com focos encastrados.
GTPFVA Arquitectos. Published on June 17, 2013.
Da Avenida Luísa Todi vê-se agora um conjunto de volumes limpos e depurados que surgem por entre um “jardim” de pequenos bosques e clareiras que vão deixando vislumbrar a nova Biblioteca Municipal de Setúbal. A existência da Alameda frontal ao objecto permite definir um espaço público de carácter nobre, que amplifica o carácter de objecto arquitectónico de referência, tornando todo o espaço como um conjunto de referências que vale pelo seu todo. Os conjuntos arbóreos dispersos contrariam os alinhamentos rígidos impostos pelos edifícios existentes, resultando numa disposição dinâmica e irregular, que preenche amplamente a Praça. Ao aproveitar o espaço mais recuado da praça em relação à Avenida, será também garantido um menor nível de ruído e por isso de protecção à própria biblioteca. Tendo em conta que, no piso térreo do espaço, irá funcionar uma zona de cafetaria aberta ao público e que tirará partido dessa zona mais recuada e acolhedora da praça.
GTPFVA Arquitectos. Published on June 17, 2013.
A entrada principal localiza-se no alçado Este em articulação com o auditório e o estacionamento. Essa entrada é acentuada pela subtração volumétrica de um cubo que origina um grande envidraçado que convida a entrar no edifício e a antever o que existe no seu interior.
GTPFVA Arquitectos. Published on June 17, 2013.
Existe ainda um outro acesso público à biblioteca pelo alçado Sul, entrada essa que será mais utilizada nos períodos de encerramento da biblioteca para dar acesso à zona da cafetaria que funcionará de forma independente. Pretendeu-se abrir a fachada Sul para criar uma forte relação entre a cafetaria e o exterior da zona coberta que fica em consola e que pode ser aproveitada como esplanada.
GTPFVA Arquitectos. Published on June 17, 2013.
O átrio distribui os utilizadores para a zona da recepção / cafetaria e garante o acesso ao piso superior através de comunicações verticais colocadas estrategicamente como uma rótula de contacto entre os dois pisos / volumes. Ainda em relação ao átrio, é aí que se localiza o atendimento geral, os ecrãs informativos, o acesso ao catálogo geral, pesquisas rápidas de internet e um hot spot de WIFI aberto para que qualquer pessoa possa utilizar o espaço da biblioteca de uma forma informal.
GTPFVA Arquitectos. Published on June 17, 2013.
No piso superior, existe um pequeno átrio que distribui para a secção de adultos, secção infantil e área administrativa. A secção de adultos e a secção infantil partilham todo o núcleo de atendimento com vista a economizar recursos e a concentrar o máximo de funções para que não sejam duplicados espaços. Cada uma das secções é iluminada a todo o perímetro e pontualmente foram subtraídos pequenos cubos que oferecem luz natural ao espaço da biblioteca e que proporcionam iluminação indirecta na zona coberta pela consola e para o corredor de circulação do piso 0.
GTPFVA Arquitectos. Published on June 17, 2013.
Ambas as secções de consulta têm uma forte relação com o exterior através dos dois grandes envidraçados nos topos.. Na secção de adultos o envidraçado abre-se para uma zona de estada exterior superior ao jardim, quase como se um grande balcão se abrisse sobre o largo e convidasse à leitura de um livro junto às copas das árvores. Na secção infantil, o envidraçado abre-se para uma varanda que permite às crianças o convívio, a leitura e certas actividades lúdicas num espaço exterior protegido.
GTPFVA Arquitectos. Published on June 17, 2013.
GTPFVA Arquitectos. Published on June 17, 2013.
GTPFVA Arquitectos. Published on June 17, 2013.
GTPFVA Arquitectos. Published on June 17, 2013.
GTPFVA Arquitectos. Published on June 17, 2013.
GTPFVA Arquitectos. Published on June 18, 2013.